Á medida que voltava a ficar sereno, cada vez mais, depois de cada passo a minha honra se reconstrói lentamente, como quando se recoloca cada pedra no lugar depois depois de um castelo ser atacado. Sinto as pernas estáveis novamente, o tilintar da espada, enquanto a sua bainha de couro e ferro colide calmamente contra a minha armadura, esse som acalma-me, recorda-me que ainda terei muito para caminhar até que deixe de o ouvir.
Ao caminhar volto a observar o liso chão e penso agora se não será gelo de pedra ou pedra gelada? É simplesmente perfeito como o gelo nas terras do norte e é cinzento como as rochas das montanhas.
É tão suave... Fecho os olhos e sinto-me a passear no interior do castelo do Meu Senhor, sinto os largos tapetes que decoram o chão, aquele cheiro frio da pedra e o suave sabor da madeira envelhecida que se alastra pelos tectos e paredes.
Já faz um inverno que eu não visito o meu lar, desde que parti em missão para encontrar o sobrinho desaparecido do Rei, pergunto-me se irei mesmo encontrá-lo se não terá ele fugido por vontade própria, sempre se mostrou irado e inadptado por habitar tal Castelo. A sua teimosia superava a de qualquer ancião impaciente, quando tenta forçar a sua visão do mundo nnas mentes mais férteis e jovens.
A distância do passado segue-me por onde vá, através da minha sombra, das pequenas marcas de cansaço que se vão assentando no meu rosto, as mãos jovens que começam a marcar o tempo pela paragem de crescimento.
Derrepente enquanto recordo o passado, a face de um pequeno miúdo sorridente invade o meu pensamento. Uma memória só minha. A primeira vez que vi o meu reflexo. Ali estava uma criatura nova e curiosa que se via pela primeira vez, reflectido no espelho que água do lago formava. Cabelos castanhos aclarados cobriam a face do jovem rapaz, os seus olhos azuis brilhavam de alegria e o seu largo sorriso iluminava toda a cara, elevando as maçãs do rosto vivamente.
Sentia-me deslumbrado por "conhecer-me". Quanto mais observava, mais sorria e mais radiante ficava, até que a minha figura foi desfeita por ondulações sucessivas criadas no centro da minha face.
Alguém atirou um seixo para o lago e distorceu o meu retrato de origem natural. Ao erguer a cabeça avisto um rapaz de cabelo encaracolado, era aquele inimigo amigável dos meus tempos de aprendiz. Infelizmente não me recordo da face..
Ao voltar á realidade deparo-me agora com a silhueta de uma pequena menina no meio do caminho com cabelo... Vermelho?!
Está lindo, tens sem dúvida talento para a escrita!
ResponderEliminarSegui o teu blog, estou ansiosa para ler mais coisas escritas por ti :)
Adorei.. está mesmo lindo
ResponderEliminarUau esta lindo o texto, parabens :)
ResponderEliminarSigo* :)
muito bom!:)
ResponderEliminarGostei :D
ResponderEliminarGostei :) E sigo
ResponderEliminarAdorei!
ResponderEliminarVou seguir. Segue de volta!
Adorei! Sigo*
ResponderEliminarNossa, eu tenho que vim aqui mais vezes, absolutamente tua escrita me fez sair do meu comodismo e automaticamente me fez viajar,até senti o cheiro da madeira velha do teto. :)
ResponderEliminarSó queria entender como tens apenas vinte e poucos seguidores. :)
http://sejalivrevoe.blogspot.com.br